Arquivos coloniais nativos: micro-histórias e comparações

Investigador Responsável: Ricardo Roque

Equipa: Ângela Barreto Xavier, Catarina Madeira Santos, Luísa Coutinho, José Miguel Ferreira, Thiago Sapede.

Financiamento: FCT, Fundação para a Ciência e Tecnologia (Referência PTDC/HAR- HIS/28577/2017)

Este projecto examinará as práticas nativas de produção, preservação e circulação de documentação escrita e registos arquivísticos em situação colonial, em Angola, Goa e Timor Leste.Tomamos como hipótese central que a história conjunta do colonialismo europeu (nomeadamente o português) e sua ligação às sociedades nativas deve atender à proliferação de culturas arquivísticas, modos de literacia, e práticas de escrita de base ‘indígena’, até hoje quase desconhecidas pela historiografia. O projecto irá inquirir como e porquê se formam e reproduzem culturas nativas de escrita, mediação letrada, e guarda de documentação no contexto de interacções coloniais; como se configuram em relação, quer com repertórios culturais e formas de governo propriamente nativos, quer com histórias de colonização, comércio, conquista, evangelização e administração; e considerará enfim os modos como os próprios colonizadores se relacionaram com estas diversas formas culturais ao longo do tempo. Estas questões traduzir-se-ão num grupo de estudos micro-históricos sobre a vida social de documentos coloniais nativos e seus usos políticos, rituais, e sociais em diferentes comunidades de África e Ásia no império português: comunidades de aldeias na Ásia do Sul (Goa); reinos nativos no arquipélago Indonésio (Timor Leste); e estados africanos (sobados) em África Ocidental (Angola).

Imagem: ANTT, Arquivo fotográfico da Companhia de Moçambique: Governo do Território de Manica e Sofala: Direcção dos Serviços de Estatistica e Propaganda: Fotografias do concelho da Beira: Fotografias da cidade da Beira. Fonte: Wikipedia commons.