“A problemática da adjacência para Cabo Verde” no Ciclo «O Atlântico Ibero-Americano (sécs. XVI-XX)»

No âmbito do Ciclo “O Atlântico Ibero-Americano (sécs. XVI-XX). Perspectivas historiográficas recentes – 2018» tem lugar dia 2 de Outubro a conferência

A problemática da adjacência para Cabo Verde. Os mentores metropolitanos” por Ivone Brito Monteiro (Universidade de Cabo Verde e integrante do Projeto RESISTANCE/RISE)

18h00 | NOVA FCSH — Edifício ID, Sala Multiusos 3 (piso 4)

Entrada livre

Resumo

A expansão colonial peninsular permitiu Portugal alargar o seu território e exercer soberania sobre importantes espaços arquipelágicos do Atlântico – Açores, Madeira e Cabo Verde. Esse facto impulsionou uma nova concepção de território que, nos tempos modernos, a coroa portuguesa teve de criar. Embora desenhado a partir do século XV, só em 1832, aquando da nova organização administrativa do território português e em termos estatutários, constitucionalmente reconhecidos, Portugal atribuiu aos Açores e à Madeira a categoria de «ilhas adjacentes», com vista a distingui-las das demais parcelas do território ultramarino, é que efetiva a ideia política de território adjacente. A partir daí, e uma vez aceita a proposta do marquês de Sá de Bandeira, para se pôr fim ao tráfico de escravos e à escravatura em Portugal e suas colónias, algumas personalidades políticas (liberais/metropolitanas) afeiçoadas à «inclinação civilizacional» dos cabo-verdianos, debateram qual a forma de administração que melhor conviria também ao arquipélago de Cabo Verde, que a muitos se «figurava ser um caso diferente entre as demais províncias ultramarinas». Reconhecendo a impossibilidade de modificar, dentro do sistema de administração colonial, as condições dessa província, e perante a ausência de outras hipóteses, em 1836, Sá da Bandeira indicou, conforme as Actas da Câmara dos Pares do Reino de Portugal «(…) a extinção da província e a sua incorporação no Reino e ilhas adjacentes, transformando-as num distrito administrativo que, seria o quinto das ilhas adjacentes e o vigésimo segundo do Reino e ilhas»2. Com esta proposta política, de iniciativa metropolitana, mas posteriormente transformada em tese cabo-verdiana, abria-se uma das mais longas lutas políticas em prol dos povos de Cabo Verde (desde logo percecionada como uma forma de resistência aos princípios essenciais do colonialismo, quais sejam a subalternidade, a exclusão social e política), propomos ir atrás das origens e dos mentores da adjacência para Cabo Verde, no século XIX.

O Ciclo

Reunindo reputados especialistas internacionais, o ciclo “O Atlântico Ibero-Americano (sécs. XVI-XX). Perspectivas historiográficas recentes» logra diversificar pontos-de-vista sobre a temática em análise, integrando tanto abordagens de ordem conceptual e metodológica, como a apresentação de resultados de investigações empíricas.

Comissão Organizadora

– Graça Borges (CIDEHUS/UÉ)
– Isabel Corrêa da Silva (ICS/ULisboa)
– José Damião Rodrigues (FL/ULisboa)
– Mafalda Soares da Cunha (CIDEHUS/UÉ)
Roberta Stumpf (CHAM)

Mais informações sobre o Ciclo encontram-se aqui