Nos dias 13 a 15 de Fevereiro tem lugar no ICS a conferência internacional «As Petições e o Atlântico Revolucionário (c. 1760-c.1840).
Programa aqui
Petições, representações, apelações e outros documentos semelhantes foram usados, individual ou coletivamente, por todos aqueles que desejavam dirigir-se à Coroa ou a outras autoridades. Tornando-se, assim, uma marca distintiva do mundo moderno. Como forma de comunicação política ou jurídica, as petições remontam à Europa Medieval, mas ganharam uma expressão geográfica mais ampla durante a expansão europeia, quando se tornaram um dos meios mais comuns usados pelas populações ultramarinas para fazer valer os sues interesses e queixas. Nesse sentido, o direito de petição pode ser visto como um testemunho das várias dimensões de negociação dos primeiros impérios atlânticos modernos.
Mas as petições foram também um elemento de continuidade entre os o mundo moderno e o contemporâneo, uma vez que, ao contrário de muitas outras características e dispositivos políticos do Antigo Regime, elas sobreviveram ao período revolucionário. Foram, na verdade, um meio de comunicação crucial neste contexto e afirmaram-se depois como recurso estrutural do governo liberal das monarquias constitucionais ou das repúblicas oitocentistas. Estranhamente, grande parte da investigação que parte deste tipo de fontes, tanto para o período moderno como para o contemporâneo, tende a não valorizar esta continuidade.
Este congresso internacional pretende contribuir para colmatar esta lacuna historiográfica. É nosso objectivo revisitar o papel da petição e a adaptação à ampla escala do Atlântico, enfatizando precisamente os aspectos relacionados com o seu encaixe na paisagem política em mutação.
Organização: Isabel Corrêa da Silva, Miguel Dantas da Cruz, Nuno Gonçalo Monteiro