Colonatos e aldeamentos no Niassa, Moçambique em tempo de guerra (1964-1974)

Cláudia Castelo publicou o artigo Colonatos e aldeamentos no Niassa, Moçambique: processos e impactos sociais em tempo de guerra (1964-1974) na revista Tempo, da Editora da UFF. Instituto de História/Universidade Federal Fluminense

Resumo

O artigo analisa dois processos concomitantes: a concentração de populações Ajaua (Yao) e Nianja em aldeamentos e a criação de colonatos para portugueses no distrito do Niassa, Moçambique, como resposta do Estado português à luta de libertação nacional encetada pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) em setembro de 1964. Ambos os processos articulam a questão da segurança e da soberania do ponto de vista português com a questão do desenvolvimento colonial, equacionado em termos de crescimento económico e de “promoção social”. Depois de se dar conta da genealogia destes processos, aborda-se a sua tradução no Niassa, caracterizando-se as populações envolvidas e discutindo-se os impactos sociais nas suas condições de vida. Conclui-se que nem os aldeamentos nem os colonatos conseguiram cumprir a promessa de promoção social nem criaram comunidades enraizadas e estáveis; foram antes a causa de perturbação social e conflito.

Citação completa: Castelo, C. (2021). Colonatos e aldeamentos no Niassa, Moçambique: processos e impactos sociais em tempo de guerra (1964-1974) [Rural settlements and protected villages in Niassa, Mozambique: processes and social impacts in wartime (1964-1974)]. Tempo, 27(3), 478-500

DOI:10.1590/tem-1980-542x2021v2701