Investigador principal: Miguel Cruz
A estruturação das colónias americanas em torno das instituições importadas da Europa é matéria bastante consensual. Contudo, uma das instituições mais ligadas ao Velho Mundo, o exército regular parece ter ficado arredada do processo colonizador; isto segundo as interpretações historiográficas correntes, que se tendem a focar no protagonismo das milícias. Este projeto debruça-se sobre as tropas que defendiam o mundo atlântico português e sobre a sua estranha ausência da narrativa histórica dedicada a sociedades que evoluíram na base da conquista.
Trata-se de saber quem eram afinal estes homens e de que modo participaram na expansão colonial. Interessam, em especial, os padrões de recrutamento; as formas de integração e as estratégias de fixação no território; e o retorno político-social-económico. Igualmente importante é a forma como estes homens concebiam o império por onde circulavam.
Este projeto tem permitido também acompanhar a evolução do imaginário marcial português, desde princípio da expansão, no norte de África ao Brasil e Angola, passando pela Índia e Flandres. Paralelemente revisita-se o contexto da independência brasileira, sondando-se os realinhamentos identitários dos contingentes militares presentes no território americano no início de oitocentos.