No próximo dia 17 de Maio, teremos a primeira sessão no ICS às 18h, na sala polivalente, do seminário Marcas do Império, que o GI Impérios organiza com o IHC-FCSH/NOVA. A convidada é Marissa Moorman, da Indiana University Bloomington.
‘Guerra Electrónica’: rádio e contra-subversão na guerra em Angola, 1961-1974
A radiodifusão em Angola ganhou relevância como uma estratégia de contra-subversão, parte do som e estrutura da militarização, desenvolvimento e urbanização. Depois de 1961, a centralidade da guerra na definição da agenda política portuguesa reforçou o papel das forças armadas em geral, e obscureceu as linhas entre as instituições e práticas civis e militares na vida diária. Desenvolvimentos na rádio incorporaram essa ambivalência. Na rádio, os estrategistas da contra-subversão buscavam uma solução tecnopolítica para o problema dos movimentos nacionalistas e do anticolonialismo. Dada a natureza fraturada do estado colonial e as sofisticadas práticas de escuta dos diversos públicos, essa tecnopolítica afundou; a implementação de planos para estender a radiodifusão atingiu um sucesso limitado e produziu resultados inesperados. Uma abordagem da questão da contra-subversão pela rádio aumenta o volume nas dissonâncias do estado colonial e as ‘tensões do império.’ Contra James Scott, veremos a importância dos elementos imateriais dos projectos modernistas do estado.
Marissa Moorman é Professora de História de África e Estudos de Média e Cinema. Tem publicações sobre música, moda, cinema, rádio e espaço urbano, destacando-se Intonations: a Social History of Music and Nation in Luanda, Angola, 1945-Recent Times (2008) e Powerful Frequencies: Radio, State Power, and the Cold War in Angola, 1931-2002, que ainda está a escrever. Faz parte do conselho editorial de Africa is a Country, blogue que não tem nada a ver com Bono, fome, ou Obama.
Organizadores:
João Miguel Almeida (IHC-NOVA FCSH)
Maria José Lobo Antunes (ICS-ULisboa)
Pedro Aires Oliveira (IHC-NOVA FCSH)
Paulo Jorge Fernandes (IHC-NOVA FCSH)