Ricardo Roque publicou o artigo O arquivo, a coleção e o caçador: autobiografia de uma etnografia histórica na revista Etnográfica, revista quadrimestral de antropologia social e cultural do CRIA.
Resumo
Neste artigo, experimento uma reflexão autobiográfica sobre a prática e o método da etnografia de/no arquivo. Recorrendo à metáfora da caçada, argumento que este modo de pesquisa, no cruzamento entre antropologia e história, pode ser entendido como um género de caça semiótica. Isto é: como uma pragmática de perseguição e interpretação de traços, pistas, rastos – por vezes fragmentários, truncados, até ocultos; inscritos em materialidades diversas – que atuam como indícios de eventos que aconteceram no passado. Na investigação aqui revisitada – a etnografia histórica de uma coleção colonial de crânios humanos provenientes de Timor-Leste, no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra – a caçada perseguiu um trilho dinâmico e esquivo de traços arquivísticos, indiciador de um passado de violência colonial.
Citação completa: Ricardo Roque, «O arquivo, a coleção e o caçador: autobiografia de uma etnografia histórica», Etnográfica [Online], Artigos em pré-publicação, posto online no dia 24 janeiro 2022.
URL: http://journals.openedition.org/etnografica/11119
Palavras-chave:
etnografia de arquivo, caça semiótica, antropologia histórica, crânios humanos, colonialismo